sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Mãos de papel

*as coisas do tempo.

 Exatamente cinco horas e vinte e dois minutos da manhã seguinte, minha mente pedia por algo que fizesse sentido. Toquei o chão com as mãos e voltei dez anos no tempo, abaixei-me  e puxei o baú dos enfeites de Natal, avancei quatro anos e peguei o dinheiro dentro da caixinha de fósforo, mais cinco anos e estava abraçada com um garoto que segurava minhas mãos, toquei seu rosto e mais quatorze dias haviam passado, sequei as lágrimas que caiam sem parar, voltei três anos e gritava e pulava pelo sol quente e a água gelada, aumentei o som e mais setecentos e trinta dias haviam passado, estava eu sentada no chão da varanda cantando algo parecido com: "that's what you get when you let your heart win", voltei a dormir, acordei hoje, tomei um banho demorado, corri contra o tempo, peguei um ônibus qualquer, esbarrei em pessoas estranhas e te encontrei.
Sorri, e o tempo parou.







Título: Porque de acordo com Paulino, eu não sei o que minha mão é. -Q

2 comentários:

  1. Peripécias e divagações e passeios

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  2. Mas os ônibus estão muito cheios hoje em dia, vocês devem ter se conhecido em um pisão ou empurrão, e se xingado bastante. Aí ele pediu desculpa e você sorriu. Hã, quê?

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